Junho está aí, é tempo de dançar quadrilha e tomar quentão... tempo de abrir bombinhas e conhecer os perigos da pólvora.
Esta semana não vou tecer comentários sobre a morte do IE para Mac, e nem repassar nenhum link engraçado.
Todos os posts a partir deste terão como mote as celebrações juninas e seus desdobramentos. E para começar já com o pé direito, vamos ao assunto do dia: explosivos.
A infância é uma fase de descobertas, e as festas juninas em particular possuem o dom de despertar os instintos piromaníacos e de vandalismo que toda criança, mesmo as mais puras, guardam dentro de si. Junho é uma espécie de Satã Goss do calendário cristão.
Tudo começa com os inocentes estalinhos de salão, minúsculas trouxinhas de papel embaladas numa caixa com serragem cujo funcionamento é semelhante ao de uma granada caseira em menor escala. Ideal para dar susto nas coleguinhas de classe, parentes e empregadas. Nesta fase, os mais respeitados são os que possuem a manha de estourar o estalinho na própria mão ou no dente.
Depois vem os traques, pouco mais finos que um cigarro, pequeno poder de destruição, mas com seu valor na escala evolutiva da traquinagem por ser o primeiro explosivo que precisa ser aceso, é a fase que marca o domínio do homem sobre o fogo.
Pena que a sensação de novidade e conquista dura pouco, a criança percebe que um traque só não faz verão e a criatividade e grana para montar conjuntos de 10 ou mais traques se esgotam logo. Nesta fase ganha respeito quem não se assusta com traque, fugir de traque é viadagem, tapar os ouvidos então pra uma merdinha de explosão mixuruca nem pensar.
E é na busca de emoções mais fortes que o jovem conhece as bombas de 100, 500 e 1.000, o que significam estes números ninguém nunca parou para pensar, são numeros sem unidade, que denotam o poder de fogo da bomba numa escala que também não se sabe até onde varia, pouco importa, são bombas grossas, e a de mil é com certeza mais recheada e mais forte que a de cem. Quando o moleque consegue superar o medo, é hora de botar medo nos outros, as celas da cadeia da festa junina é o lugar ideal para jogar bombas de 3 digitos, a vítma não tem pra onde correr, ali naquele instante é só ela, as grades de bambu e a bomba. Tapar o ouvido é aceitável, chorar pela mãe, pedir clemência ao terrorista, ou pagar fiança é sinal de fraqueza.
Vulcão é coisa de velho, e estrelinha é para nenem, se você quer emoção de verdade, o lance é rodar bombril em chamas.
Rojões, Morteiros e principalmente... os buscapés, são terríveis, quem não conhece nenhuma história trágica envolvendo um ou mais destes protagonistas que jogue a primeira pedra.
Calhas e tubos de PVC, são excelentes amplificadores de som, se for na casa de seu inimigo, ou em outra propriedade privada com algum tipo de policiamento, o som parece que é melhor.
E lembre-se, bombas de 1000 acesas dentro de uma lata de Nescau NUNCA dão xabú, pode esperar, uma hora a tampinha vai voar, e se não voar, abandone a lata, não caia na besteira de conferir de perto.
segunda-feira, junho 16, 2003
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