sexta-feira, dezembro 19, 2008

O que eu quero

Sei que estou velho p/ escrever cartinha pro papai noel, mas como logo mais vou parar p/ refletir sobre minhas resolucoes de fim de ano e o projeto Fabricio30, aqui vai uma lista aleatória de coisas que quero, não necessáriamente de natal e talvez algumas nem pro ano que vem, mas se der, melhor:

- lançar meus projetos encalhados
- aprender um instrumento musical de verdade
- um mini cooper, um fusca, um jipe, um porsche carreira
- sair no Slashdot
- aparecer nos créditos de um filme internacional
- não precisar ir ao dentista
- conhecer o Japão
- falar Alemão
- emagrecer
- um prêmio nobel
- um rancho
- uma secretária
- experimentar a paradinha de gravidade zero
- um filho?
- conseguir ler mais rápido
- uma coleção gigante de filmes e/ou uma locadora em casa
- sair na mão com o Lula
- conseguir dar mortal p/ traz no chão
- conseguir fazer malabarismo
- conseguir fazer aquele moinho de vento do break
- atirar / caçar
- saber jogar tenis
- teletransporte
- viagem no tempo
- memória eidética
- um desenho bom p/ tatuagem
- algumas cabeças de gado
- um busto de bronze numa praça do interior (em vida se possível)
- uma empresa com ações na NASDAQ
- um arquiinimigo
- cabelo de japonês
- um segway
- comandar um exército
- uma escavadeira
- um treinador de boxe idoso
- um pub na europa
- assinar um tratado
- malhar uma guitarra no fim de um festival
- desvendar um assassinato

[Update] depois que li novamente o ítem "assinar um tratado" lembrei de outra coisa:

- ter uma caligrafia impecável

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Minha Crítica à "Carta de São Paulo pelo Acesso a Bens Culturais"

Ontem antes do almoço, um colega com o qual eu pouco converso por uma dessas coincidencias da vida me mandou uma mensagem de IM por engano, foi o suficiente p/ começarmos uma tentativa de botar o papo em dia, e ele acabou me enviando o link para um abaixo assinado ao qual ele simpatiza. Era uma carta pedindo reformas na lei de direitos autorais brasileira, e eu por me interessar pelo assunto imprimi e levei comigo pro almoço para poder ler com calma…


xkcd.com

Muito bem, li e não gostei. Sem entrar no mérito do fato da coisa ser um "abaixo assinado" o que por si só já me causa certa repulsa, independente do conteúdo, pois acho que este tipo de petições é uma das maneiras mais ineficientes para se atingir qualquer objetivo. Aqui vai a minha análise da proposta:

A proposta tem 10 pontos/sugestoes de mudança, já começa por aí, precisa de tanto? Enfim, se forem 10 pontos bons/relevantes/importantes até que da p/ encarar, sem preconceito, vamos um a um:

1)Pode ser interpretada como uma tentativa de oficializar o fair-use no Brasil, o que é bacana, mas do jeito que está redigida da margem a oficialização da pirataria, e não é disto que precisamos.

Por exemplo, quando Lessig em seu mais recente livro fala de descriminalizar a cópia, ele é bem cuidadoso de dizer que o foco da lei deveria migrar de "cópias" para "usos", e que mesmo os usos para fins pessoais, como file sharing devem dar algum tipo de royalties para os autores. Ou seja, não é "libera-geral".

2)Quase o mesmo problema da 1) porém mais fácil de encarar.

3)OK, é a mesma de 7.a

4)Quase ok, falta saber o que é uma tentativa razoável de determinar a autoria

5)Totalmente OK!

6)NÃO. Motivo: intervencionismo. Deixe que autores e editoras se entendam, o autor deve ser livre p/ escolher a editora que lhe ofereça o contrato mais razoável(ou publicar ele mesmo caso nao exista tal editora), o Estado não deve ter nada com isso.

7)Trata de duas coisas diferentes, a primeira parte "Remoção do artigo que proíbe o contorno de travas anti-cópia" OK, tem meu apoio. Já a segunda (proibir DRM) NÃO, motivo: intervencionismo.

8)NÃO. Motivo: da forma que está, da margem a abusos intervencionistas. Quem diz o que seria uma restrição não razoável de acesso à obra?

9)Não sei do que se trata. E o texto está genérico de qqer forma.

10)Totalmente OK. Óbvio.

No placar geral, das 10, apenas 2 são consenso e quase que indiscutíveis, a #5 e a #10. O resto parece estar lá como tentativa de aproveitar o embalo.

Aproveitar-se da necessidade de revisão nas leis de copyright, que já é quase senso comum e que pouca gente sensata iria contra para propor um pacotão abrangente e controvérso não é o caminho.

Na minha humilde opinião, a necessidade de mudança existe, mas é preciso foco, sem foco a iniciativa perde o apoio de muita gente que se simpatiza com a cultura livre mas que não está de acordo com radicalismos de centro acadêmico.